PEDIDO DE UMA CRIANÇA AOS PAIS
Pedido de uma Criança aos Pais
Não tenha medo de ser firme comigo.
Prefiro assim.
Isso faz com que eu me sinta mais seguro.
Não me estrague.
Sei que não devo ter tudo o que peço.
Só estou experimentando vocês.
Não deixe que adquira maus hábitos.
Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado.
Não me corrija com violência, e nem na presença de estranhos.
Aprenderei muito mais se me falarem com calma e em particular.
Não me protejam das conseqüências dos meus erros.
Ás vezes eu preciso aprender pelo caminho mais áspero.
Não levem muito a sério minhas pequenas dores.
Necessito delas para obter a atenção que desejo.
Não sejam irritantes ao me corrigirem,
Se assim fizerem, poderei fazer o contrário do que me pedem.
Não me façam promessas que não poderão cumprir depois.
Lembre-se que isso me deixará profundamente desapontado.
Não ponha à prova minha honestidade.
Sou facilmente levado a dizer mentiras.
Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo.
Isto me afastará dele.
Não desconversem quando faço perguntas, senão serei levado a procurar respostas na rua todas as vezes que não as obtiver em casa.
Não se mostrem para mim como pessoas infalíveis,
Ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro de vocês.
Não me digam que meus medos e receios são bobos.
Ajudem-me a compreendê-los e vencê-los.
Eu me julgarei mais forte que vocês.
Não me tratem como uma pessoa sem personalidade.
Lembrem-se que eu tenho o meu próprio jeito de ser.
Não vivam apontando os defeitos das pessoas que me cercam.
Isso vai criar em mim, mais cedo ou mais tarde, o espírito de intolerância.
Não se esqueçam que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo.
Não queiram me ensinar tudo.
Não desistam nunca de me ensinar o bem, mesmo quando eu pareça não estar aprendendo.
Insistam com amor e energia.
Insistam através do exemplo e no futuro vocês verão em mim o fruto daquilo que plantaram.
(Autor desconhecido)
quinta-feira, março 4
Sou natural daqui de Jequié, nasce no ano de 1983 filha de Elizabete Barreto Machado, que corajosamente decidiu me criar sem a presença do meu pai, uma super mãe que não poupou esforços para dar conta sozinha de mim e da minha irmã mais nova Isis. Sempre nos incentivando a estudar.
Quando criança fui para a escola cedo aos três anos, gostava de ir pra escola e achava bonita a maneira que minhas professoras primárias tratavam as crianças e tudo que envolvia aquele ambiente desde as massinhas e brincadeiras no pátio até a hora da merenda, tanto que se fechar os olhos e me remeter aquela época sinto o cheiro da sala. Ao chegar em casa reunia minhas bonecas e ursos sentados no chão de frente pra mim e distribuía para cada um deles um pedacinho de papel e um lápis de cor, em seguida reproduzia as atitudes da pró, que não me lembro mais o nome, mas sempre vejo na rua.
O tempo foi passando e a escola nunca deixou de ser pra mim um lugar prazeroso, nunca gostei de faltar aula e por mais que algumas experiências tenham sido ruins em algumas séries lembro-me perfeitamente da boa convivência que tinha com meus colegas e de professoras que foram especiais, a mais marcante delas foi a pró Marivalda da 4ª série que era um doce de pessoa, atenciosa, organizada, preocupava-se com nossas dificuldades de aprendizagem e nos chamava atenção quando fazíamos algo errado mas sem nos expor para toda a turma.
Casei em 2001 e em 2002 nasceu meu primeiro filho Oscar. Quando me vi as portas do vestibular não tive dúvidas que seria para alguma licenciatura, mas quando fiz não tinha noção de qual escolher, por causa da minha facilidade com a disciplina língua portuguesa, escolhi prestar o vestibular pro curso de Letras, não passei o que me deu a oportunidade de fazer novamente, dessa vez pra pedagogia que sinceramente eu nem sabia do que tratava. Passei e me identifiquei de cara com o curso com suas discussões político-sociais, nessa época Oscar estava com dois anos e meio o que facilitou na compreensão de alguns temas e estudos relacionados a criança.
No terceiro semestre do curso tive a oportunidade de trabalhar como professora de uma pequena escola particular do meu bairro, o que me possibilitou entender melhor as teorias estudadas.Nesse período fui amadurecendo a idéia de ter mais um filho, que se concretizou em dose dupla no ano de 2007 e vieram meus pimpolhos Guilherme e Gustavo, prematuros, nasceram na cidade de Itabuna onde ficaram por dez dias na UTI neo-natal do Hospital Manoel Novaes.
Eles trouxeram alegria e novos rumos a minha vida, tive que reduzir a quantidade de disciplinas do curso o que me tornou irregular e também a necessidade de trabalhar para aumentar a renda da família. Retornei para a sala de aula como professora de Língua Portuguesa do Ensino fundamental II da escola Adventista de Jequié no ano de 2008.Fui tocando o curso aos poucos como podia e como dava, pois se já é difícil estudar trabalhar e ter um bebê imagine dois?
Ao termino do ano letivo pedi para me colocarem em alguma sala do primário já que minha formação é voltada par educação infantil e séries iniciais, graças a Deus fui atendida e em 2009 passei a ser professora das duas 4ª séries da escola a turma A e B, dos turnos matutino e vespertino. O início do ano foi uma loucura: sala para decorar, materiais para conferir, nomes para decorar e horários para cumprir a risca. Só sustentei está situação por um mês assim que começaram as aulas da UESB decidi que só poderia ficar com uma das turmas, dei preferência a turma da tarde que só tinha 16 alunos e me possibilitava pegar duas ou três disciplinas pela manhã. Não foi fácil mas aprendi nesses três anos de docência coisas que a faculdade jamais poderia me ensinar. Nenhuma teoria substitui o dia dia de uma escola: o contato com os alunos, compreender a maneira como eles aprendem, suas dificuldades, oque fazer para ajudá-los a superar, a atitude dos pais frente as inquietações e aprendizagem dos filhos e um ponto crucial, oque eu como estudante de pedagogia e professora fiz nesses três anos? Tenho certeza que falhei muitas vezes mas sempre refletindo e buscando fazer o melhor que podia.
No mês de setembro do ano passado quando me vi atolada de avaliações para corrigir, trabalhos da faculdade para entregar, planos de aula para serem elaborados e filhos em fase de adaptação na creche, passei a ter crises de dor de cabeça diárias, esquecimentos freqüentes e um acumulo de atividades que nunca era vencido, por mais que eu dormisse pouco e não tivesse um domingo de folga. Final das contas, desmaiei na classe fiquei internada uma semana, pensei em pedir demissão e trancar o curso mas, em fim o ano acabou sai da escola e neste ano gostaria de terminar meu curso pra voltar a trabalhar, por conta da saudade e da precisão.